Depois que passastes...
e o vento assobiante
tentava, em vão,
apagar tua presença,
a mágica invadiu
meus territórios,
sem pedir licenças,
no reles das coisas.
Depois que passastes...
deixando-me sem palavras,
para exprimir o inexprimível,
os olhos se abriram
num imenso silêncio:
o inefável
é a única coisa que conta.
Depois que passastes...
revirando minha casa
de pernas pra cima,
olho tranqüilo e imóvel,
e tudo isso parece
que lhe cai bem.
Depois que passastes
enchendo de colorido outonal
um dia cinzento,
um rastro de luz dourada
aqueceu meu quarto
na noite fria
de todas ausências.
Depois que passastes...
pensei em correr-te encalço,
em segurar entre os dedos
a fina areia do tempo
inexorável movimento
de fluídas liberdades.
Depois que passastes...
quando as fortes emoções
enfraqueceram-se
entendi sem entender
o eterno suceder-se
de momentos irrepetíveis
e as despedidas
que preparam
novos encontros.
Nossa, que poema lindo. Porque não tinha visto ainda?
ResponderExcluirTem tanto você nele...dói