Queria esquecer-me de ti,
queria esquecer que queria
e lembro sempre do que queria.
Essa lembrança doce,
que torna presente o doloroso ausente.
Queria esquecer, não tocar nada que lembrasse,
não pensar em poesia
não sonhar com a justiça
não contemplar estrelas em noite escura
não caminhar pelos campos
não sentir as cores
não ouvir música
não louvar, não comer,
não esbarrar com a verdade
nem roçar o desejo,
parar de respirar, se possível fosse...
O peixe esquece a água?
Essa água da Amizade viva
da qual vive...
lembrar faz sofrer
mas esquecer, deixar de ser...
quero lembrar-me sempre
até que o sempre se plenifique
para além dos limites.
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